Quando funcionário de uma companhia de grande porte especializada em resíduos perigosos, o químico e gestor ambiental Flávio Bragante era sempre consultado por pequenas empresas interessadas no serviço para o descarte correto de seus rejeitos, devido ao risco da fiscalização. Mas nada podia ser feito, porque o mercado só recebia esses materiais para destinação final em quantidades bem maiores.
Até que um dia o químico se viu inspirado a imaginar uma solução capaz de virar negócio e começou a desenhar um caminho. Os anos se passaram e, já trabalhando em uma fábrica de cimento adquirindo resíduos para combustão nos fornos, voltou a ser questionado sobre o assunto. “Foi quando decidi arrendar o galpão de um cliente e me desligar da cimenteira, iniciando uma nova atividade para oferecer alternativa ao lixo tóxico de indústrias menores, diante do grande potencial do segmento”, conta Bragante.
Formatada para micros, pequenas e médias empresas, a solução permite um fim mais nobre e ambientalmente correto para materiais poluentes que muitas vezes vinham sendo descartados sem critérios em terrenos baldios, porque não havia quem os recebesse. Em 2010, o negócio finalmente começou a operar, após investimento inicial de R$ 100 mil na compra de equipamentos e nas licenças ambientais, que demoraram três anos para serem expedidas.