O químico Flávio Bragante, 48, sempre trabalhou na área de meio ambiente. Ao observar a dificuldade que as empresas têm para fazer o descarte correto de lixo tóxico, resolveu investir na área. Em março de 2011, criou a Faex Soluções Ambientais, em São Roque (66 km a oeste de São Paulo) e, no ano passado, faturou R$ 620 mil.
O material coletado pode ser transformado em combustível alternativo, removedor de mancha, de graxa ou de cola, tinta para pintar superfícies de metal, como portões e portas, e cimento.
Tinta, iodo, óleos e embalagens (plástico, papelão, panos etc.) contaminados são alguns dos produtos que ele recolhe e recicla.
Entre os elementos, também estão: Resinas contaminadas e provenientes de limpeza de equipamentos Cinzas de caldeiras e fornos industriais Sais provenientes de tratamento térmico de metais (com ou sem cianeto) Resíduos de varrição de fábrica (pó de material metálico, de resinas, de tintas, serragem etc.) Resíduos de laboratório (matéria-prima, soluções, reagentes vencidos e/ou contaminados, vidros, embalagens, filtros, materiais não patogênicos etc.)
Foco em empresas que produzem até 7,2 toneladas de lixo
Segundo Bragante, das empresas que reciclam lixo tóxico, a maioria atende as companhias que produzem grande quantidade -acima de 7,2 toneladas por ano- de resíduos. Por isso, ele resolveu trabalhar com empresas que descartam pouco lixo, mas que também precisam fazer isso de forma sustentável. ”
Algumas empresas produzem 200 kg de resíduos por mês, outras 600 kg por ano ou até toneladas. Todas devem fazer o descarte correto do material, mas não tinham muita alternativa. Por já ter trabalhado em empresas que sofriam desse mal, resolvi abrir um negócio para atendê-las e deu certo.”
O empresário cobra de R$ 450 (para o descarte de um tambor de 200 litros com resíduos tóxicos) a R$ 1.000 (para um tambor de 50 litros com resíduos laboratoriais como ácidos, materiais alcalinos e sais). Os valores incluem retirada e transporte dos materiais.